domingo, 22 de julho de 2012

Confesso: no que diz respeito à escola sou economicista.


José Manuel Fernandes acaba de colocar uma nota no seu Facebook, onde interroga por que razão todos apontam e contestam a diminuição do número de professores prevista para o próximo ano letivo e ninguém se lembra de que tudo se deve à diminuição dos nacimentos, com o consequente impacto na quantidade de estudantes. A culpa será, portanto, dos portugueses que não fazem filhos e não do Governo, muito menos de Nuno Crato.

No que diz respeito à educação, tenho de confessar que professo uma doutrina politicamente incorreta: sou um empedernido economicista.

Ressalvo que o conceito pode ter vários ângulos. Um desses ângulos é o que tinha aquele espanhol em relação a seu asno; quando o animal já estava quase habituado a não comer, azar: morreu. Gostava de cortar nos custos, este compatriota e antecessor de Rajoy, o Mariano.

Na visão dos economicistas desta tendência, um dia a educação será possível a custo zero… assim não lhe aconteça o azar da castelhana cavalgadura.

Depois, temos os economicistas como eu: os que veem a coisa pelo prisma da relação custo-benefício. Esses olham para a diminuição demográfica como uma oportunidade para que a escola faça muito mais e, eis a boa notícia, pelo mesmo custo. Turmas mais pequenas e portanto melhor acompanhadas, apoio personalizado, reforço aos estudantes com mais dificuldades de aprendizagem, melhor integração da relação entre a escola e as famílias, entre a escola e o meio… tudo pelo mesmo preço!

Quando os países diminuem demograficamente só têm uma hipótese: aumentar a produtividade dos seus cidadãos, conseguir que menos sejam capazes de produzir mais valor. E isso só se faz de uma forma: com investimento na educação.

A redução do número de estudantes não é, assim, um motivo válido para que o Estado invista menos, mas antes para que invista mais. A boa notícia é que, havendo menos alunos, se pode fazer isso pelo mesmo custo..

Mas isto, é claro, é o pensamento dum economicista. Peço perdão.

Luís Novais

Palavras chave: horários zero, turmas de 30 alunos, ano letivo

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